Introdução

Você sabia que detalhes que passam despercebidos podem ser determinantes no sucesso do tratamento da terapia inalatória com bombinhas associadas ao uso do espaçador? Certamente neste momento alguma incerteza pode estar presente em seu pensamento.

Pois bem, aí vão os números. Se você fizer exatamente o que é prescrito você pode ter o incrível aproveitamento de 50 % da medicação inalada!

Mas somente isso? Não deveria chegar pelo menos próximo do total? Então como chego próximo dos 100%?

Calma. O importante é saber o porquê desse resultado e como tudo funciona, mas a boa notícia é que é possível melhorar.

Física pura, bem possível de entender. Mas é preciso entender melhor o que é um espaçador, para que serve e como ele funciona na prática.

Espaçadores inalatórios ou Câmaras espaçadoras 

São dispositivos indicados por profissionais da saúde para serem usados em conjunto com bombinha ou nebulizador dosimetrado pressurizado, medicamentos em forma de spray prescrito por médicos. Tem como ação a melhora imediata ou a longo prazo de quadros agudos ou crônicos do sistema respiratório de um indivíduo, seja este um bebê, uma criança, um adulto ou até mesmo nos idosos. São mais comumente conhecidos os broncodilatadores (Aerolin/Salbutamol) e corticóides (fluticasona, Flixotide, Seretide, Clenil) dentre inúmeros.

Essa associação ao espaçador otimiza a entrega do medicamento nas vias aéreas mais baixas, onde ocorre boa parte das disfunções. 

As câmaras espaçadoras são carregadas de carga eletrostática devido ao seu material e isso interfere na quantidade de partículas inaladas no melhor tamanho para a melhor absorção. E o fluxo de ar que ocorre lá dentro sofre interferência do fluxo de ar promovido por você ou seu filho do lado de fora. Ou seja, quanto mais certinha for a respiração antes e durante a realização da terapia melhor será a disponibilidade de partículas adequadas para a inalação! Essa é a primeira etapa a ser compreendida e realizada.

Ok, mas e qual a grande novidade? Já li vários textos sobre isso e ainda não sinto segurança do que estou fazendo. 

Que tal seguir um passo a passo para sentir-se mais confiante e ao mesmo tempo melhorar essa experiência?!

Antes de tudo, posicionamento correto: bebês e crianças devem ter elevação de no mínimo 30 graus de cabeceira, ou no colo. Ideal entre 45 e 90. Sentadinho com apoio da coluna, é a melhor posição.

Melhore a sincronia ventilatória, ela interfere na absorção do medicamento.

Passo 1 

Tome um ar. Adequar a respiração predispõe ao sucesso da terapia. Estudos mostram que, doenças pulmonares em sua maioria trazem algum grau de obstrução ao fluxo aéreo, ou seja, existe ar preso, que precisa sair e dar espaço a novos ares.

Inspire lenta e profundamente, segure este novo ar por 10 segundos, após solte todo o ar na mesma velocidade até sentir que não sobrou nadinha.

Repita o processo por 3x.

Passo 2 

Get in. Agite e encaixe o medicamento. Acople o espaçador ao rosto por meio de máscara (se idade  menor que 8 anos ou apresentar necessidade de maior compreensão da técnica) ou direto no bucal se acima de 8 anos. Repita o passo 1 junto ao espaçador seguindo a quantidade de puffs prescrita pelo médico.

Entre um ar e outro, dê 30 segundinhos de ATENÇÃO a sua respiração. Ela deve ser quase imperceptível, de mínimo gasto energético e de máxima eficiência. Uma respiração de repouso.

Retome após.

Passo 3

Oxygen. Perceba os efeitos de uma melhor ventilação. Sinta-se oxigenado. 

Passo 4 

Detox. Higienize a cavidade oral como de costume. Para saber como fazer certinho esta etapa, veja o nosso conteúdo “Como higienizo a boca corretamente após o uso de corticoides inalatórios” com uma expert no assunto”.